terça-feira, 19 de novembro de 2019

"Que país é esse...?"

Pátria querida, mãe desnaturada – que maltrata seus filhos, desde os mais jovens aos mais idosos: compromete-se o futuro e desrespeita-se o passado!

Até quando assistiremos estáticos, paralisados, catatônicos às barbaridades que são cometidas no Brasil?

Não vejo motivo para listar as barbaridades – todos as conhecemos – mas há algumas às quais não posso me furtar de fazer alusão, como a tragédia anunciada do Rio de Janeiro, no outono mais triste de sua história. Quantas vidas perdidas, quantas existências dilaceradas, quantos sonhos foram enterrados naquela montanha de lixo do Morro do Bumba? E por quê? Porque as AUTORIDADES - que termo pomposo para quem só se lembra do povo às vésperas de eleições – simplesmente fecharam olhos e ouvidos para uma catástrofe anunciada: uma bomba relógio, segundo uma emissora de TV. Alguma dessas autoridades vai pagar por isso? Aposto que não perderam um minuto do seu sono – sagrado e justo.

E esta é só uma das tragédias, das incontáveis que o Brasil vive diariamente: um trânsito que mata mais que uma guerra armada – e os assassinos, via de regra, ficam impunes -; o crack, que ceifa vidas muito jovens, que estraçalha famílias e que compromete o futuro de toda uma geração, afinal, esses jovens não serão, jamais, força de trabalho a serviço da coletividade; serão sim, aqueles que sobreviverem, uma sobrecarga para a sociedade, sobrecarga essa à qual todos preferem fingir que não vêem, enquanto não lhes atinge. É como uma síndrome, que eu chamo de síndrome do lixo debaixo do tapete...

Será que vale a pena citar a corrupção – maior mazela deste pobre rico País e de seu povo relegado à sorte? Soa como um dramalhão esta colocação, mas não se pode olhar essa peste por um outro ângulo, afinal, um país de dimensões continentais, com vocação e habilidades para produzir quase tudo na agropecuária, que tem um subsolo riquíssimo, que tem uma das maiores biodiversidades do mundo, que tem mentes tão brilhantes, um povo trabalhador; logo, produtor e reprodutor de riquezas, não deveria ter tantos contrastes: tanta riqueza e tanta miséria ao mesmo tempo.

Bem feito! Quem manda não votar direito!

Isso é que dá votar na mesmice, no continuísmo... Isso é que dá ver os políticos cada dia mais ricos, vivendo de seus subsídios(essa é boa!), como se isso fosse algo natural, digno, correto.

E mais uma barbaridade indignante: os magistrados quando se envolvem numa falcatrua, quando são pegos com a boca na botijaou sendo mais claro, quando partem para o crime, são afastados de seus cargos e aposentados com seus gordos e merecidos salários.

Durma-se com um barulho desses!

Como diria o genial Renato Russo: que país é esse?